No processo de formação acadêmica, um dos fatores essenciais são os estágios. Eles, além de outros tipos de atividades, são capazes de ampliar conhecimento e capacidade de ganho de experiência na função.

Mas o quão importante isto é para a formação de um melhor profissional? Como esta união entre ensino superior, e também suas ramificações, como pós-graduação, e a participação em contextos profissionais ajuda a transformar a pessoa?

No livro “O Estágio e as Práticas em Contextos Profissionais na Formação Universitária”, o autor Miguel Zabalza fala justamente sobre esse tema. Por isso, usaremos este conteúdo especializado como base. Afinal, é importante utilizar argumentos embasados por estudos e pela validação a partir de pesquisa e conhecimento.

O estágio e as práticas em contextos profissionais

É importante perceber que a ligação e o complemento entre estágios e outras atividades profissionais têm valor para a formação do indivíduo. Ao longo da formação acadêmica, o ganho de experiência e conhecimento para realização de funções chega pelo estágio. Há também lados pessoais envolvidos.

A ideia aqui é de que o estágio deve ser visto como algo que vai bem além do treino e da prática profissional. O estagiário deve usar esta chance para aprender novos contextos sociais. A criança e o jovem não entendem ao certo o que é o trabalho, a menos que o jovem comece a trabalhar ainda na adolescência.

Por isso, o estágio é o momento de adaptação a outro contexto, diferente do acadêmico. Isso pode fazer com que a pessoa evolua em vários aspectos, a conhecer melhor seus limites e saber lidar com a pressão por resultados. Ter a experiência de conviver com este tipo de preocupação, ainda que em um nível inicial por ser estagiário, é uma forma de aprendizado.

Existem diferenças óbvias na faculdade para as fases anteriores de ensino. Entretanto, a pessoa é estimulada ainda de um modo parecido ao que já vivenciou no colégio. São aulas a assistir, provas e trabalhos a fazer, entretanto, claro, em um outro nível. Mas, é ainda, por meio da faculdade que o aluno ingressa no estágio.

Autoconhecimento

Com a prática profissional vem o autoconhecimento, o que gosta de fazer, o que sabe fazer e o que almeja. Os estágios são, assim, os primeiros passos dentro de uma carreira.

Outro fator essencial nesta questão é garantir que o estágio esteja em conformidade com a formação que se tem no ensino superior. Por isso, há ligação entre as faculdades e os empregadores.

Pensando até mesmo no aspecto da lei, é importante que haja uma conexão entre todos os fatores. A grade curricular deve, de certa forma, aproximar seu conteúdo ao proposto no mercado de trabalho.

As experiências vividas em cada espaço também podem se complementar, mas nunca trazer inconsistências para o jovem profissional. Ele precisa entender a conexão entre o acadêmico e o profissional. Assim, ele poderá saber mais do contexto de sua profissão e entregar conteúdos relevantes para a prática.

Não pode haver uma sobreposição entre teoria e prática, mas harmonia. O que se vê são empregadores que contratam estagiários para fazerem funções complexas. Os jovens ultrapassam as horas que podem ser feitas, se aprofundam em trabalhos que exigem mais maturidade e conhecimento.

A chance da prática

Assumir um lugar para o qual ainda não está preparado descola o jovem da realidade que a academia propõe. Colocando, assim, o jovem com funções de chefe ou funcionário, ganhando como estagiário, ou até mesmo nada.

Mais pressão, mais tempo de trabalho significa menos tempo e foco nos estudo. No fim, ele aprende menos na faculdade e queima etapas profissionais. Por isso, é tão importante a harmonia entre as atividades, para que cada uma, mas de forma conjunta, cumpram seu papel de formação.

Resumindo, o estágio deve ser, na essência, uma chance para o aluno aplicar na prática o que aprende na faculdade. Claro, é a empresa que orienta alguns pontos mais específicos de suas atividades.

O que não pode acontecer é a pessoa sair da faculdade dizendo: tudo que aprendi foi no estágio. Isso pressupõe que ele não teve a chance de usufruir da faculdade ou que sua atuação profissional se descolou do ambiente acadêmico.

Sendo assim, conforme Zabalza, em sua obra de base, deve haver maior contorno e comunicação entre teoria e prática de estágio. Com caráter próprio, atividades acadêmicas e profissionais devem ajudar a pessoa a trilhar um único caminho de conhecimento dentro de sua profissão.

Faculdade e estágio: formação ideal

A formação ideal será aquela na qual o estudante deseja, que ele vá, a cada ano, se moldando. Assim, ele entenderá seu contexto, a relevância de sua atividade e como ela pode ajudar nos processos sociais. O progresso precisa ser contínuo, seja no aspecto pessoal, profissional e, também, na forma como isso impacta na sociedade e em sua cultura.

O que é complexo das ações exercidas em um emprego deve aumentar com o tempo, conforme estágio e academia se unem para formar o jovem aprendiz. Assim, ele pode ganhar experiências e se colocar cada vez mais dentro do contexto de sua profissão.

A missão principal é fazê-lo, ao fim da faculdade e do estágio, estar inserido com ciência e para aspirar. Por ciência, como já ficou claro ao longo do conteúdo, não se fala só da técnica, de saber a prática de uma função.

Trata-se do jovem profissional saber de seu contexto, do impacto da atividade e da cultura em questão, por exemplo. Assim, com faculdade e mercado de trabalho próximos, e com esforço pessoal do estagiário, será possível formar um profissional mais completo. E, além disso, formar um profissional que seja também uma pessoa ética em seu contexto social.

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