O tema deste ano é “Alimentação Segura, Melhor Saúde”
Dia 16 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Alimentação, data que foi criada com o intuito de desenvolver uma reflexão a respeito do quadro atual da alimentação mundial.
A data foi escolhida para lembrar a criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 1945. A primeira comemoração da data ocorreu no ano de 1981, quando o tema abordado foi “A comida vem primeiro”. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) é uma agência das Nações Unidas que apresenta como um dos seus principais papéis liderar os esforços internacionais para derrotar a fome no planeta.
De acordo com a própria FAO, o objetivo da organização é alcançar a segurança alimentar de todos e garantir que as pessoas tenham acesso regular a alimentos de alta qualidade suficientes para levar-se uma vida ativa e saudável.
O Dia Mundial da Alimentação traz temas que nos fazem pensar a respeito da população carente, sua segurança alimentar e nutrição. Entende-se por segurança alimentar uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente. Essa realidade, infelizmente, não é vivida por uma grande parte da população brasileira e mundial.
Desperdício de alimentos
Um dos fatores preocupantes e que colaboram para a fome da população é o desperdício de alimentos, a redução do desperdício alimentar oferece ganhos multifacetados para as pessoas e para o planeta, melhorando a segurança alimentar, combatendo as mudanças climáticas, poupando dinheiro e reduzindo as pressões sobre a terra, a água, a biodiversidade e os sistemas de gestão de resíduos. No entanto, infelizmente, este potencial não tem sido devidamente explorado.
As estimativas globais do desperdício alimentar têm-se baseado na extrapolação de dados de um pequeno número de países, muitas vezes utilizando dados antigos. Poucos governos têm dados sólidos sobre o desperdício alimentar que justifiquem agir e priorizar os seus esforços.
De acordo com o relatório PNUMA 2021, estima que cerca de 931 milhões de toneladas de desperdício alimentar foram geradas em 2019, 61% das quais provenientes de agregados familiares, 26% de serviços alimentares e 13% do retalho. Isto sugere que 17% da produção global total de alimentos pode ser desperdiçada.
O que diminuiria significativamente a fome no mundo caso esses alimentos fossem destinados a famílias em risco alimentar, e todo esse desperdício não significa que são alimentos que realmente precisavam ser descartados, mas que fatores como compra em excesso pela classe mais rica, descarte por comércios de alimentos de aparência não atrativa, entre outros diversos fatores que fazem alimentos que poderiam ser consumidos ir parar no lixo.
Verifica-se que a geração de desperdício alimentar per capita nas casas é bastante semelhante entre grupos de classes sociais e países diferentes, o que diverge das narrativas anteriores que concentravam o desperdício alimentar dos consumidores nos países desenvolvidos e as perdas de produção, armazenamento e transporte de alimentos nos países em desenvolvimento.
Em 2011, um relatório da FAO estimou que cerca de um terço dos alimentos produzidos globalmente foram perdidos ou desperdiçados, um total de 1,3 mil milhões de toneladas por ano.
Pesquisas da ONU apontam também dados alarmantes sobre desperdício no Brasil, só no país são desperdiçados cerca de 27 milhões de toneladas de alimentos por ano; 60% vêm do consumo de famílias. Estima-se que 80% desse desperdício acontece no manuseio, transporte e centrais de abastecimento.
A alimentação no mundo
Do lado oposto ao desperdício, milhares de famílias não têm o que comer. Enquanto muitos ficam divididos ao escolher em qual fast food comer, muitas pessoas não têm acesso a nenhum tipo de alimento. Milhões de pessoas vivem em uma situação denominada insegurança alimentar, isso quer dizer que essas pessoas não possuem uma alimentação saudável, de qualidade ou em quantidade suficiente para suprir suas necessidades. Atualmente o número de pessoas que vivem com insegurança alimentar moderada ou grave é de 2 bilhões de pessoas.
A Organização para a Agricultura e a Alimentação das Nações Unidas (FAO) estima que 690 milhões de pessoas passaram fome em 2019, um número que aumentou drasticamente durante e após a COVID-19. Com um número impressionante de 3 mil milhões de pessoas que não têm os recursos económicos para seguir uma dieta saudável (FAO, 2020)
No Brasil, enquanto cerca de 19 milhões de brasileiros estão passando fome, o desperdício de comida no país poderia alimentar 12 milhões de pessoas por ano. Estes são dados de dois estudos publicados em 2021 pela Rede Brasileira de Pesquisa e’m Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. E mostram que o desperdício de alimentos é um grave problema ambiental e social que precisamos combater com urgência.
O que se pode fazer?
Atitudes simples da população podem ajudar a combater todo esse desperdício, como, se planejar antes de fazer compras para não comprar mais que o necessário, organizar os itens, na despensa ou geladeira, de modo que os mais antigos sejam consumidos antes dos mais recentes, visando respeitar a data de validade e evitar o desperdício, preferir alimentos da estação, doar alimentos que não irá conseguir comer antes do vencimento.
Esse é um grande desafio onde todos precisam colaborar, se você gostou desse conteúdo e quer saber mais sobre datas importantes acesse o #blogsensu, ele está repleto de conteúdos e dicas!!
Fonte: Relatório do Índice de Desperdício de Alimentos do PNUMA 2021