Apesar de todos os avanços conquistados por mulheres nas mais diversas áreas de conhecimento, elas somam apenas 33% dos pesquisadores do mundo todo. Pesquisadoras e cientistas recebem menos financiamento para pesquisa do que os homens e têm menos probabilidade de serem promovidas. A situação é crítica principalmente em áreas como ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês).

Com o objetivo de mudar esse panorama, destacar e promover a participação das mulheres na ciência a Assembleia das Nações Unidas criou em 2015 o “Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência”, que é comemorado em 11 de fevereiro.

Além da data comemorativa, sob a liderança da Unesco e da ONU Mulheres, são realizados eventos em diversos países com atividades que visam dar visibilidade ao papel e às contribuições fundamentais das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica.

Para celebrar a data, A ONU mulheres fez uma lista com 7 cientistas que moldaram o mundo. Conheça a história delas e se inspire!

Márcia Barbosa

Márcia Barbosa é física especialista em estruturas complexas da molécula de água. Ela acredita que as anomalias da molécula podem ajudar a resolver os problemas de escassez de água doce.

A brasileira desenvolveu uma série de modelos de propriedades da água que podem melhorar a compreensão sobre uma ampla variedade de tópicos. Entre eles: como ocorrem terremotos, como gerar energia mais limpa e forma de tratar as doenças. Em 2013, ela recebeu o Prêmio L’Oréal-Unesco para Mulheres na Ciência.

Tu Youyou

Tu Youyou é química-farmacêutica e investiga o tratamento da malária numa técnica enraizada na medicina chinesa antiga. Sua descoberta da artemisinina, um composto que reduz rapidamente o número de parasitas do plasmódio no sangue de pacientes com malária, salvou milhões de vidas.

Como estudante de farmacologia, Youyou aprendeu a classificar plantas medicinais, extrair ingredientes ativos e determinar suas estruturas químicas. No início da carreira, ela passou anos nas florestas tropicais do sul da China, estudando as consequências arrasadoras da malária e textos médicos antigos sobre os tratamentos tradicionais chineses para a doença.

Após anos de pesquisa, Youyou e sua equipe encontraram uma referência ao absinto doce, usado na China por volta de 400 dC para tratar febres intermitentes, um sintoma da malária. Eles extraíram o composto ativo artemisinina, testaram e publicaram suas descobertas. Hoje, a Organização Mundial da Saúde, OMS, recomenda a terapia como primeira linha de defesa contra a malária.

Em 2015, ela e dois colegas receberam o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, tornando-se a primeira chinesa a receber o Prêmio Nobel em qualquer categoria.

Kiara Nirghin

A sul-africana, Kiara Nirghin é vencedora da Google Science Fair 2016 por criar um polímero superabsorvente que pode reter mais de 100 vezes sua massa, potencialmente revolucionando a conservação da água e mantendo plantações saudáveis durante períodos de seca. Sua invenção é de baixo custo e biodegradável, feita de cascas de laranja e de abacate.

O interesse de Nirghin na conservação da água vem de sua experiência com a seca de 2015 em seu país natal. Ela ficou impressionada ao ver barragens de água, uma vez cheias até a borda, secarem.

A descoberta de Nirghin tem potencial para ir muito além de sua cidade natal. Esse polímero superabsorvente, ao ser utilizado em campos agrícolas, pode aumentar a segurança alimentar em todo o mundo.

Katherine Johnson

Katherine Johnson é matemática. Seus cálculos foram essenciais para a exploração espacial dos Estados Unidos. Como cientista da Nasa, ela calculou trajetórias, períodos de lançamento e caminhos de retorno de emergência que levaram os primeiros astronautas dos Estados Unidos ao espaço e à órbita da Terra.

De acordo com a ONU Mulheres, Johnson foi a primeira afro-americana a frequentar sua escola de pós-graduação e foi uma das poucas a trabalhar no programa espacial da Nasa.

Segenet Kelemu

Segenet Kelemu é uma patologista das moléculas das plantas, cuja pesquisa de ponta é dedicada a ajudar os pequenos agricultores do mundo a cultivar mais alimentos e a sair da pobreza.

Kelemu cresceu numa família de agricultores pobres na Etiópia e foi a primeira mulher de sua região a obter um diploma universitário. Ela conta que no vilarejo onde morava, “as meninas se casavam muito jovens”, mas que felizmente era rebelde demais para alguém arranjar um casamento”.

Em 2014 Kelemu recebeu o Prêmio L’Oréal-Unesco para Mulheres na Ciência, foi nomeada uma das 100 mulheres africanas mais influentes da Forbes África e selecionada como bolsista da Academia Mundial de Ciências em 2015.

Maryam Mirzakhani

Maryam Mirzakhani foi criada em Teerã, no Irã. Na infância, sonhava em ser escritora. Mas somente no ensino médio, que descobriu seu talento para a matemática, área que capturou sua criatividade e intelecto pelo resto da vida.

Em 1994, Mirzakhani se tornou a primeira aluna iraniana a ganhar a medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática, com 41 pontos de um total de 42. Em 2015, ela voltou a vencer com uma pontuação perfeita.

A iraniana-americana fez doutorado na Universidade de Harvard e foi uma das líderes nos estudos de dinâmica e geometria de superfícies complexas. Em 2014, ela se tornou a primeira vencedora da medalha Fields, o prêmio de maior prestígio em matemática.

Marie Curie

Marie Curie era física e química. Sua pesquisa em radioatividade estabeleceu a base para a ciência nuclear moderna, dos raios X à radioterapia para o tratamento do câncer. Ela foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel e a primeira pessoa a ganhar dois prêmios Nobel em duas categorias diferentes: Física e Química.

Curie cursou universidade na Polônia e doutorou-se na França. Ela e o marido descobriram dois elementos radioativos, o polônio e o rádio, e fundaram um instituto de pesquisa médica em Varsóvia.

A cientista também inventou unidades móveis de raios-X que ajudaram mais de um milhão de soldados feridos na Primeira Guerra Mundial.

Curie morreu de uma doença associada à radiação. Mas suas descobertas continuam a salvar vidas até hoje.

Fonte: Nações Unidas

Categorias: Diversos

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