Durante o decorrer dos séculos, vários foram os métodos empregados na aprendizagem e educação de alunos mundo afora. Alguns deles, por motivos óbvios, não seguiram adiante. Pelo contrário, incentivaram uma educação que não trazia grandes retornos e acabavam por desestimular o aprendizado.
Já, por outro lado, a história da educação também registra muitos nomes que lutaram e dedicaram as suas carreiras por um ensino eficaz. Personagens que passaram suas vidas desenvolvendo métodos que estimulassem o aluno a pensar criticamente e por si próprio.
No entanto, como a roda viva continua a girar, inúmeras escolas e universidades ao redor do mundo precisam, continuamente, desenvolver novas propostas pedagógicas para se adaptarem as novas gerações de alunos e ao novo panorama mundial.
Como é evidente, o mundo mudou e as tecnologias digitais passaram a fazer parte de todas as etapas de nossa vida. Com isso, vários problemas relacionados à atenção e à concentração dos aprendizes agravaram-se, por exemplo. Além disso, essas novidades, se não bem geridas, podem, até mesmo, obrigar professores e pedagogos a uma adaptação forçada a essa realidade.
Dentre as adaptações bem geridas, uma das propostas pedagógicas mais discutida é a da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP). Visando estabelecer pontes entre a teoria e a prática para estimular uma visão mais ampla e objetiva de mundo, a polêmica ABP também é conhecida como ensino baseado em problemas.
Para que você fique por dentro desse assunto, preparamos o artigo de hoje com tudo o que você precisa saber sobre da Aprendizagem Baseada em Problemas. Sendo assim, fique conosco e confira logo a seguir!
O que é a ABP?
Proveniente da sigla inglesa PBL, que significa Problem-Based Learning, a Aprendizagem Baseada em Problemas é uma recente proposta pedagógica. Como seu nome já antecipa, a principal tônica de seu método de ensino, portanto, é baseada na resolução de situações-problema. Alguns dos principais sustentáculos dessa concepção são:
- Resolução de problemas por meio de conhecimento aplicado;
- Foco no progresso cognitivo;
- Elaboração de temas tendo como norte os problemas, ao invés das matérias;
- Incorporação interdisciplinar;
- Utilização tanto de elementos teóricos, quanto de elementos práticos;
- Didática direcionada ao aluno, ao invés das disciplinas, proporcionando a sua autonomia na aprendizagem.
Surgida nos anos 60, nas universidades McMaster (Canadá) e Maastricht (Holanda), o ensino baseado em problemas entrou nos debates pedagógicos brasileiros há pouco tempo. Basicamente, essa proposta sugere que o processo de solucionar problemas pode ser, por certo, muito mais eficaz na fixação da aprendizagem e no estabelecimento da criticidade do aluno.
Como funciona o ensino baseado em problemas?
O ensino baseado em problemas difere-se das diversas metodologias tradicionais, em que o aluno é apenas um receptáculo do conhecimento, enquanto o professor é a ponte que o liga ao saber. A ABP procura romper com as barreiras que encaixotam cada disciplina e as elenca a serem estudadas individualmente, sem ligações práticas com a realidade.
Os procedimentos iniciais já mostram o quão, inegavelmente, diferente essa pedagogia é. Assim, antes de iniciar as aulas, o aluno precisa, por si só, estudar um tema proposto pelo professor. Com isso, ele mesmo terá que buscar as fontes de sua pesquisa, anotar todo o processo e, inclusive, todas as dúvidas que surgirem no decorrer desse estudo inicial. Daí, então, essas anotações, ele leva para a sala de aula.
Na sala de aula..
Em sala, o aluno é estimulado a discutir baseando-se no tema que travou contato. Proposta contrária à metodologia tradicional, visto que nesta o aluno chega à sala de aula sem saber sobre o tema que será ministrado.
Assim, o professor estabelece grupos tutores de, no máximo, 10 alunos e propõe problemas relacionados ao tema estudado. No entanto, uma das grandes diferenças do ensino baseado em problemas é que as discussões não são abstratas, ou seja, não estão aquém da realidade.
Dessa maneira, toda a metodologia encaminha para soluções práticas dos problemas propostos, utilizando-se de quantas disciplinas forem necessárias. Essa simples mudança pedagógica possibilita um maior interesse do aluno para com a sua própria aprendizagem, tornando-o, assim, agente do próprio saber.
Aplicabilidade do ensino baseado em problemas
A aplicabilidade da Aprendizagem Baseada em Problemas não é algo simples de se fazer, não pela proposta em si, e sim pela mudança estrutural que ela exige que se faça em toda a composição curricular do ensino. É preciso esforço e boa vontade, além de uma ação coordenada, para que seja possível realizar uma transição eficaz da metodologia tradicional para o ensino baseado em problemas.
Confira os principais elementos que compõe a aplicabilidade do ensino baseado em problemas:
1. Currículo
A divisão tradicional de disciplinas precisa ser revista. É preciso agrupá-las em tópicos temáticos a possibilitar uma visão ampla do conhecimento. Assim, os conteúdos são ministrados a partir de problemas elaborados para incorporar o assunto de forma abrangente.
2. Elaboração de problemas
Respeitando os conhecimentos trazidos pelos alunos, tendo em vista que ninguém é um depósito vazio esperando ser preenchido, é preciso elaborar problemas que despertem um enigma nos aprendizes. Para com que, desse modo, a participação dos mesmos se dê, assim como a sua efetiva aprendizagem.
Diferentemente da metodologia tradicional, em que se ministra o conteúdo e aplica-se um questionário, a ABP vai por outra via radical. Ela primeiro apresenta o problema para que, só assim, os alunos possam buscar os conhecimentos necessários para solucioná-lo.
3. Grupos menores
Outra mudança radical na estrutura tradicional do ensino é a divisão de alunos em grupos de, no máximo, dez integrantes. Além disso, todos esses subgrupos necessitarão de um tutor que estimule, corrija (sem fornecer respostas) e incentive a busca de solução por parte dos alunos.
4. Avaliações
No entanto, como em todo processo de aprendizagem é preciso verificar se efetivamente o método empregado está proporcionando resultados satisfatórios. Nesse sentido, as avaliações são a principal ferramenta para obter essa resposta. Assim, elas são realizadas por meio de formulários, provas, relatórios, seminários, entre outros.
Nesse caso, vale a interpretação de cada instituição para saber qual a ferramenta de avaliação é a mais adequada para o seu corpo discente.
Vantagens e desvantagens do ensino baseado em problemas
As principais vantagens dessa proposta pedagógica são:
- Aumento do senso de equipe;
- Formação do pensamento crítico;
- Estruturação de indivíduos autônomos;
- Desenvolvimento cognitivo;
- Ensina o aluno como aprender;
- Aumenta a responsabilidade, tanto de alunos quanto de professores.
As desvantagens, no entanto, são mais de caráter estrutural do que da proposta em si. Veja:
- Grande resistência por parte do corpo docente tradicional;
- Alguma resistência por parte dos alunos;
- Necessidade de se investir na capacitação de professores;
- Se aplicada levianamente, pode afrouxar a cobrança sobre os discentes;
- Eficácia questionada em casos de falha na resolução dos problemas acima.
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