O Dia Nacional da Alfabetização, instituído pelo decreto que criou o Ministério da Educação em 1930 (Decreto de Lei nº 19.402), é uma oportunidade para refletirmos sobre a importância vital desse processo na vida do indivíduo e, por extensão, no desenvolvimento de nossa sociedade. A alfabetização não é apenas a aquisição da habilidade de ler e escrever, mas sim um catalisador de transformações profundas na vida de cada cidadão.

A capacidade de ler e escrever transcende a mera decodificação de letras e palavras; ela é um instrumento de emancipação individual. Através da alfabetização, o cidadão obtém as ferramentas necessárias para exercer plenamente sua cidadania. Esse processo é um dos primeiros passos para o desenvolvimento intelectual, permitindo que o indivíduo participe ativamente na construção de uma sociedade mais justa.

Uma alfabetização de qualidade não apenas abre portas para oportunidades educacionais, mas também contribui para a formação de profissionais qualificados. Os frutos desse investimento na educação reverberam na sociedade, gerando indivíduos engajados e profissionais competentes. No entanto, para que isso aconteça de maneira eficaz, é crucial o investimento contínuo do poder público, garantindo acesso universal e qualidade na educação.

A relação entre alfabetização e desigualdade social é evidente. A oportunidade de educação oferecida pela alfabetização desempenha um papel crucial na construção de uma sociedade mais equitativa. Contudo, é necessário reconhecer que a desigualdade persiste quando o acesso à educação de qualidade é negado a uma parcela da população. A erradicação do analfabetismo não é apenas uma questão educacional, mas um elemento essencial na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Além disso, a alfabetização não é apenas sobre decifrar palavras; é sobre compreender o significado do que foi lido. A capacidade de interpretação textual é um aspecto crucial, muitas vezes negligenciado. O analfabetismo funcional, resultado de uma alfabetização inadequada, destaca a necessidade de não apenas ensinar a ler, mas também a compreender.

No contexto brasileiro, a melhoria na educação não pode ser dissociada da valorização dos cursos de licenciatura e do papel essencial do professor na alfabetização. No entanto, é lamentável constatar que, em 2023, os profissionais da educação estão entre os mais mal remunerados do país. A valorização do professor é uma peça-chave para o avanço educacional, exigindo uma mudança urgente na realidade salarial desses profissionais.

A erradicação do analfabetismo não é apenas uma meta educacional, mas um caminho para a construção de um país mais justo, igualitário e intelectualmente desenvolvido. É, portanto, não apenas um direito, mas uma ferramenta indispensável para a emancipação e autonomia de cada ser humano.


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