Hoje, 14 de novembro, é o Dia Nacional da Alfabetização. A data é tida como um marco da criação do Ministério da Educação, fundado oficialmente em 1966. Há também o Dia Internacional da Alfabetização, criado em 08 de setembro de 1967 pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O letramento ainda é um assunto delicado no país. Segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 13 milhões de brasileiros não sabem ler e nem escrever. Isso sem contar os índices de analfabetismo funcional, que também são alarmantes em território nacional.
Por isso, hoje, a Faculdade Sensu quer parabenizar e homenagear todos os professores que são responsáveis por um dos alicerces mais básicos da educação, comunicação, cidadania e dignidade humana na sociedade contemporânea. Mas, além disso, a Sensu também deseja propor uma discussão embasada sobre alguns desafios e perspectivas educacionais essenciais para o futuro do país.
E aí, vamos lá?
Afinal, o que realmente significa o processo de alfabetização?
Antes de qualquer coisa, alfabetizar é entregar ao estudante ferramentas para que ele seja protagonista de sua própria vida. É por meio dela que se entende como funciona o mundo e seus códigos. É por meio dela que se compreende como se inserir nesse mundo, como fazer parte da sociedade, de modo individual e coletivo.
Em outras palavras, alfabetizar é criar um solo consistente para formar um cidadão.
Mais do que permitir que o aluno leia, conheça palavras e amplie o vocabulário, o letramento significa aprimorar como se comunica e entende o outro. É por meio da leitura e da escrita – de qualidade – que se torna possível ser um emissor coerente e inteligível, bem como um receptor que compreende perfeitamente o que está sendo dito.
Afinal, utilizar os sentidos básicos humanos para ouvir e aguardar sua vez de falar não é uma conversa. Mas, estar aberto às relações socioculturais do processo comunicativo, levando em conta as nuances de intenção e sentido do discurso, é dialogar.
É isso o que colabora para um mundo mais diverso, com troca de saber e visões sobre maneiras de se movimentar pela vida. Portanto, mais que uma etapa do desenvolvimento individual, quem conduz a jornada do alfabetizar também enriquece os que estão ao redor do aluno.
A alfabetização e a autonomia
O aluno não é aluno para sempre, nem sequer durante todas as horas de seu dia. Antes de qualquer coisa, o estudante, por mais jovem que seja, é um indivíduo com vontades, anseios, subjetividades e valor social.
A função primordial da escola e da aprendizagem é formar a pessoa para o mundo lá fora. Para isso há de se garantir autonomia para que o aluno possa elaborar suas opiniões próprias. Os métodos servem para que cada um consiga buscar seus propósitos, metas e objetivos, por meio dos caminhos que façam mais sentido para si.
Por isso, uma boa metodologia de alfabetização leva em consideração a função social – da oralidade e da palavra escrita. O processo acolhe o exercício de incentivar quem está aprendendo para que ele articule seus pensamentos e estabeleça um fluxo informativo das suas ideias.
Esse pode ser o modo mais efetivo de mostrar, aos estudantes, que o que importa é comunicado e endereçado a alguém. Mostrar que a mensagem pois é dotada de sentido e de uma força que são importados diretamente do repertório de cada um.
Isso passa pelo processo de entender o poder da palavra, e entender que tudo que é dito, escrito, ouvido e internalizado importa. O discurso se traduz em materialidade no mundo concreto. Garantir que o aluno saiba como sintetizar seus sentimentos em verbetes e seja escutado é permitir que ele exista.
Em suma, é o valioso caminho do alfabetizar que permite que o ser humano sonhe. O alfabetizar é, sobretudo, transformar esses sonhos em projetos transformadores e consistentes.
Só forma bons leitores quem também tem o hábito de ler
Muita gente ainda enxerga o processo de alfabetizar como uma etapa análoga à leitura. Contudo, há uma tecnicidade básica que separa os dois objetivos – e que não é uma linha tão tênue quanto parece.
Ensinar a gramática em si, com suas regras, normas, especificidades é um evento mais pontual do que efetivamente ensinar a leitura. É entender e ensinar as mudanças, as flexibilidades de uma sociedade que sempre se transforma.
Ler não é apenas a mera capacidade de juntar sílabas e compreender os sentidos das palavras isoladamente. A leitura implica em ampla habilidade de interpretação, não apenas em um nível técnico e positivista, mas também subjetivo.
É importante fomentar um encantamento pela leitura, que ajude o aluno a construir suas próprias ferramentas para compreender o mundo e navegar pela vida. Para além disso, também é fundamental que os jovens entendam que ler é uma forma de vivenciar experiências diversas. Ler é viver realidades distantes, que ajudam a calcificar a empatia, a solidariedade e o senso de coletividade. A leitura nos faz pessoas melhores.
Desafio do professor
Ministrar um conteúdo fácil de decorar ou de medir com uma prova de múltipla escolha não é alfabetizar. Em um mundo tão imediatista, o desafio do professor é ter paciência para guiar e orientar os estudantes nessa jornada.
Já teve um professor que transmitiu uma paixão genuína pela literatura, e fez com que você se interessasse por livros? Ou, já teve um professor que ampliou seu interesse por leituras de uma certa área de estudo? Pois é! Pode acreditar que, por trás dele, havia grande bagagem e esforço. Havia também dedicação e uma boa pilha de livros, porque só forma um grande leitor quem também tem um grande leitor dentro de si.
A educação de qualidade, voltada à construção de um país mais desenvolvido e justo, é o que muda o futuro. E aí, quer fazer parte dessa mudança? Acesse nosso site e conheça nossos cursos de graduação, pós-graduação e extensão acadêmica e construa um novo amanhã para você e para o Brasil!