Criada em 2014 por um grupo de psicólogos de Minas Gerais, a campanha do Janeiro Branco visa tratar o tema da saúde mental. O objetivo é promover conscientização sobre a importância da prevenção ao adoecimento emocional.

O Janeiro Branco é uma campanha, como a do setembro amarelo e do outubro rosa. Ela associa uma cor a um mês e visa promover reflexões sobre algum tema na área da saúde. Assim, neste ano, o Janeiro Branco, já em sua 8° edição, tem o enfoque na relação da pandemia com a saúde mental. O lema é “todo cuidado conta”.

Objetivos

Este mês foi escolhido com esse fim visto que em janeiro as pessoas estão muito ligadas às resoluções de ano novo. Desse modo, estão estabelecendo metas e objetivos para alcançar vontades, sonhos, desejos para o ano que chega. Assim, é fazer do mês de janeiro um período de reflexão e debate sobre a saúde mental, chamando assim atenção para o tema.

Desse modo, chega-se a um segundo objetivo da campanha, visto que sob os olhares da população, pode-se difundir informação sobre o que é saúde mental, bem como, sobre os transtornos mentais, psicoeducação e sobre onde buscar tratamento. Isso para que haja fomentação de uma cultura sobre saúde mental, de modo sério, cientificamente respaldado. Assim, essa campanha logo se espalhou por todo o Brasil e alguns outros países do mundo, como Angola, Japão, Colômbia, Estados Unidos, Portugal e Holanda.

Pandemia e Saúde Mental

Em 2020, viu-se o tema da saúde mental ganhar bastante espaço nas mídias devido à situação pandêmica. A saúde mental da população foi colocada à prova durante todo o ano passado. Nas relações, nos estados de quarentena, na lida com o vírus e com a doença. Conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), metade da população pode sofrer alguma manifestação psicopatológica, o que se deve ao cenário pandêmico. Isso, se não houver intervenção específica e profissionalizada no fenômeno apresentado.

A conta já aponta o forte impacto psicológico da pandemia, com aumento significativo nos registros de casos de depressão e transtornos de ansiedade, por exemplo, assim como no aumento do uso da violência extrema. Além disso, a mudança de rotina, a lida com as perdas e com o luto, sem os devidos rituais, deixam sequelas em nossa sociedade. E agravam as formas de transtornos mentais preexistentes em nosso povo.

A pesquisa e a Saúde Mental na pandemia

Pesquisadores canadenses validaram por meio de estudo internacional o impacto da pandemia, de forma generalizada, na saúde mental mundial. O estudo teve a participação de mais de 190.000 participantes de vários países.

Os resultados da pesquisa apontam prevalência de insônia (24%), de transtorno por estresse pós-traumático (TEPT – 22%), depressão (16%), e ansiedade (15%). Os resultados apontam ainda que o TEPT teve incidência cinco vezes maior que os dados relatados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), anteriormente à pandemia. Já a ansiedade e a depressão se tornaram, respectivamente, quatro e três vezes mais frequentes na pandemia.

Somando-se a isso, relatório da OMS foi publicado, em outubro do ano passado. O estudo aponta a emergência sanitária como propagadora do aumento da procura por serviços de saúde mental essenciais. A pandemia é listada também, pela OMS, como paralisadora desses serviços em 93% dos países do mundo.

E mais ainda, a nossa saúde mental tem sido colocada a prova, para não dizer desmantelada, pelo nosso governo federal. O qual intenta revogar cerca diversas portarias, editadas entre 1991 e 2014, da área. A revogação levaria, por exemplo, ao encerramento de vários programas do Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas com sofrimento ou transtorno mental.

O que o Janeiro Branco realiza?

A campanha do Janeiro Branco promove palestras, oficinas, cursos, workshops, entrevistas, rodas de conversa. Além disso, a campanha dá voz e escuta as pessoas que dela participam. Em 2021, os trabalhos acontecem em espaços abertos e em meios on-line.

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