Aplicar mediações de conflito em ambiente escolar é tarefa urgente a ser pensada, visto que a educação tem papel essencial em nossa sociedade. Além do mais, a escola é um dos primeiros espaços de interação humana.

Embora as mediações sejam necessárias, mediar conflito não é uma tarefa fácil, nem simples. Para isso, há que se fazer a leitura dos traços sociais que indicam essas mediações. São eles, por exemplo, a pressão intensa por resultados, as brincadeiras de mau gosto, o isolamento, o nervosismo, sintomas cotidianos nos corredores de escolas e faculdades.

Indicativos sociais

Estudos de 2019 do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa – na sigla em inglês) apontam que 56% dos alunos brasileiros entrevistados relatam altos níveis de estresse enquanto estudam. Conforme a pesquisa, os estudantes brasileiros de 15 anos estão entre os mais ansiosos do mundo.

Já dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 9,3% dos brasileiros sofrem com transtornos de ansiedade. O que deixa os jovens ainda mais vulneráveis.

Dessa maneira, é observado que as instituições de ensino devem se preparar para promover o bem-estar de seus alunos. Primeiramente, isso deve ocorrer a partir do estímulo ao diálogo. Assim, se realiza a mediação de conflitos desde os primeiros anos.

Veja agora como essa mediação de conflito no contexto escolar pode ser realizada.

Mediação de conflito

A mediação de conflito é uma técnica já muito utilizada no ambiente jurídico. Advogados que precisam lidar, principalmente, com Vara de Família e processos de divórcios utilizam o método.

Em suma, na advocacia, o objetivo é de que as partes consigam chegar a um comum acordo com base no diálogo. Evitando, assim, processos mais demorados perante um juiz.

Entretanto, a mediação de conflito está presente em outras relações do cotidiano. Como, por exemplo, nas relações dentro de uma empresa, nos problemas educacionais.

Em resumo, a mediação de conflito na área da educação busca uma cultura de paz e resolução de problemas. Assim, a técnica busca resultados positivos, inserindo vários atores sociais.

A importância da comunicação como forma de mediação

Por vezes, a instituição constrói o ensino com normas conservadoras, tomando o aluno como um objeto a ser moldado. Com efeito, a escola e seus mestres despejam suas expectativas em relação aos resultados que esse indivíduo pode obter.

A questão dessa relação sem diálogo é que se a educação segue por esse caminho, seus valores se perdem. Uma tendência já tão banal. A qual pode contribuir para a ansiedade patológica, assim como para outros transtornos e também para atitudes violentas durante a rotina escolar.

Dessa maneira, definir uma política de mediação de conflito pode ser um importante passo para lidar com o problema. Pode-se, ainda, estimular habilidades importantes no aluno, mostrando para ele que violência não é resposta.

Outro fator de importância na mediação é a capacidade do desenvolvimento de um pensamento crítico. Além disso, com a mediação, há também o trabalho de resolução de problemas adversos por parte do aluno.

Indicação

Sobretudo, cabe ressaltar que quando observado suposto quadro de transtorno mental, a equipe escolar deve realizar indicação do aluno para um profissional capacitado. São esses profissionais o psicólogo e o médico psiquiatra.

A mediação de conflito pode auxiliar esse aluno, mas seu fim não é tratar esse sofrimento. O que cabe aos profissionais de saúde mental. O objetivo da mediação é dar assistência ao aluno e facilitar sua comunicação com outras pessoas em busca de uma solução para o problema comum.

Como a mediação pode ser mensurada na prática?

A prática do método pode ser aplicada por meio de 5 categorias, são elas:

1. Mediação em rede

Conforme necessário, a instituição de ensino busca compor uma rede de mediadores com profissionais externos, como psicopedagogos e psicólogos. Por sua vez, esses colaboradores auxiliam na conquista de habilidades importantes para o próprio jovem.

2. O aluno ajudante

Nessa categoria, o aluno passará a ser o mediador na lida com os alunos mais novos. Há a criação de empatia com o outro. Desse modo, fazendo com que o aluno entenda que nem todos podem estar no mesmo grau de entendimento sobre determinado assunto.

3. Professores-alunos

A troca de experiência fica por conta dos educadores com seus próprios alunos. Por isso, os professores passam por treino como mediadores, para produzir melhorias no relacionamento dos alunos durante as dinâmicas.

4. Círculos de construção

Os chamados de círculos de construção da paz dizem da participação de pais e responsáveis no processo de mediação. Essa é uma das formas do aluno entender as falhas da educação e dos pais com os demais alunos.

Desse modo, as rodas de conversa melhoram o estilo de educação, servindo como grupo de apoio. Elas também podem melhorar o convívio social desse aluno fora do ambiente escolar.

5. Programa de Competência Social

Aqui o método foca na inteligência emocional. O objetivo, então, é melhorar o convívio interno e externo de cada um a partir da solução de problemas.

Como por a mediação em prática na escola?

Assim como qualquer outro projeto, é preciso uma breve análise. Isso se deve ao fato de que nem toda escola terá o mesmo perfil de aluno e nem de valores institucionais. Desse modo, é necessário que se realize um mapeamento.

Planejamento

A escola deve planejar para que seja possível a participação de todos os seus funcionários. Tendo em vista ainda a presença dos pais. Além disso, é importante sempre ouvir com respeito a opinião dos jovens envolvidos.

Execução

A partir desse plano, se inicia a prática da mediação. Assim, as pessoas que vão mediar o processo podem ser escolhidas. Escolha esta que deve ser feita com base na categoria de prática da escola.

Vencida as duas etapas, o momento crucial para a escola é a hora de acompanhar os resultados da mediação.

Supervisão

Caso essa supervisão não seja tão positivo, pode ser o momento de rever algumas técnicas. Portanto, ajustar alguns pontos pode mudar toda a dinâmica da proposta.

Nessa etapa, é interessante que a escola mantenha contato constante com todos os envolvidos. É por meio dele que haverá a possibilidade de feedbacks, para que se entenda o que precisará ser ajustado no programa.

Prática

É importante que a instituição não desista de seguir com o programa pelas falhas em uma primeira tentativa. Diante disso, os resultados que virão a longo prazo podem transformar a educação fornecida pela escola.

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